segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Quem me chegue tudo...


Na terça feira podia ir para casa, estava tudo a correr muito bem, e  era hora de desenrascar-me.
 Nem imaginava eu as limitações da minha casa, as minhas limitações, a minha dependência.
Terça e quarta foram dias emotivos. Não estava preparada para ficar  na dependência de ninguém, até para beber um copo de água. As lágrimas chegaram muitas vezes aos olhos, e engolia o orgulho e pedia as coisas.  Tive o meu filho junto a mim até sexta feira, depois o António.
O meu dia era  passado da cadeira em frente à TV para  cama, e da cama para a TV.  Uma chatice para quem nunca precisou de ajuda, para quem o dia era passado a fazer coisas e coisas.
Estive várias vezes à beira de uma grande depressão. Depois,  agarrei-me a pequenas  coisas que podia fazer EU.
Fui improvisando  arranjei um saco para poder transportar algumas coisas comigo.
Também fui à primeira consulta a das 2 semanas, e retiram-me os ponto, estava tudo bem.  embora ainda não possa tomar o tal banho, continuo a lavar-me à gato.
Já tenho um pouco mais de força na perna  e o andar é mais forte. Mas tenho de continuar com as minhas auxiliares, as canadianas.
Quando o Dr. Paulo Rego me disse que a recuperação era à volta de 6 semanas, nunca percebi que serão 6 longas semanas, em que  vou ter de arranjar  maneiras de as passar, sem que a minha cabeça dê um nó.
A verdade é que o calor também não ajuda em nada, as noites são longas...
E continuo a precisar de quem me chegue tudo...


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